BLOG ESPIRITUALIDADE E RELIGIOSIDADE. AUTOR: ÁLAZE GABRIEL GIFTED.
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ESOTERISMO
Esoterismo é o nome genérico que
designa um conjunto de tradições e interpretações filosóficas
das doutrinas
e religiões
que buscam desvendar seu sentido supostamente oculto.
Segundo
alguns, o esoterismo é o termo para as doutrinas cujos princípios e
conhecimentos não podem ou não devem ser "vulgarizados", sendo
comunicados a um restrito número de discípulos escolhidos.
Um
sentido popular do termo é de afirmação ou conhecimento enigmático e
impenetrável.
Hoje
em dia o termo é mais ligado ao misticismo,
ou seja, à busca de supostas verdades e leis últimas que regem todo o universo,
porém ligando ao mesmo tempo o natural com o sobrenatural.
Há
doutrinas, nomeadamente as espiritualistas, que são também chamadas
esotéricas.
Misticismo (do grego
μυστικός, transliterado mystikos, "um
iniciado em uma religião de mistérios") é a busca da
comunhão com uma derradeira realidade, divindade, verdade espiritual ou Deus através da experiência direta ou intuitiva.[1]
No
livro de Jakob Böhme "O Príncipe dos Filósofos
Divinos"[2],
o misticismo se define como um tipo de religião
que enfatiza a atenção imediata da relação direta e íntima com Deus, ou com a
espiritualidade, com a consciência da Divina Presença. É a religião em seu mais
apurado e intenso estágio de vida. O iniciado que alcançou o
"segredo" é chamado um "místico". Os antigos cristãos
empregavam a palavra "contemplação" para designar a experiência mística. "O místico é
aquele que aspira a uma união pessoal ou a unidade com o Absoluto, que ele pode
chamar de Deus, Cósmico, Mente Universal, Ser Supremo etc.
RELIGIOSIDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
ESOTERISMO E
RELIGIOSIDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
O esoterismo moderno, é, ao mesmo tempo, uma forma de
pensamento ou tipo de conhecimento (modo de abordar a realidade) uma doutrina,
uma concepção de universo (teodicéia) e um grande movimento espiritual e
intelectual, que congrega - em torno de si - uma infinidade de movimentos, de
idéias, de práticas, de técnicas e de realizações. O esoterismo critica o
catolicismo por este ter perdido o seu caráter iniciático - caminho do
auto-conhecimento e por seu caráter oficial e político de articulador da vida
comunitária e legitimador do controle do Estado sobre os indivíduos. De fato,
ao longo de sua evolução, o catolicismo teria fechado o caminho da
religiosidade plena para a maioria dos seus fiéis, uma vez que o lado hermético
(místico), ficou restrito apenas aos sacerdotes das ordens contemplativas
(CARVALHO: 1994: 72).
Esoterismo é, também, o conjunto de princípios da doutrina
esotérica. Aqui, a palavra está sendo empregada com o sentido de
Weltanschauung, termo alemão, que designa uma concepção do universo e da vida.
A doutrina esotérica é o fundamento do misticismo.
Misticismo é uma atitude religiosa em que o homem visa a
união com as forças, ou seres sagrados (BERGER, 1985: 73). De acordo com essa
perspectiva, a vida humana não é separada da vida que se expande no universo
(Ibid.).
Enquanto permanece dentro do nomos socialmente
estabelecido, o indivíduo participa de um ser universal que também consigna
lugar aos fenômenos do sofrimento e da morte. Quando o indivíduo está em
sintonia com os ritmos das forças cósmicas, seu próprio ser está em harmonia
com a ordem fundamental de todo ser - uma ordem que, por definição, inclui e,
assim, legitima os ciclos do nascimento, da decadência e da regeneração.
Conseqüentemente, a decadência e a morte do indivíduo são legítimas mediante
sua "colocação no âmbito da ordem mais ampla dos ciclos cósmicos"
(Op. cit. 75).
Conforme Simmel, o misticismo encontra
novas possibilidades de afirmação na época contemporânea, porque se trata de um
tipo de religiosidade que satisfaz a tendência geral para maior
individualização e universalização. Para ele, a tendência ao misticismo é
dupla: de um lado, evidencia-se uma nova forma religiosa; do outro, está mais
aberta ao acolhimento de novos conteúdos, porque são menos estruturadas;
constituindo-se em "ilimitada amplidão do sentimento religioso que não se
choca com nenhuma barreira dogmática" (Op. cit. 255).
RELIGIOSIDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Para José Jorge de Carvalho (Características do fenômeno
religioso na sociedade contemporânea 992) é como se uma grande erosão tivesse
abalado o solo seguro em que se assentava a tradição religiosa ocidental, dando
ensejo a uma acentuada tendência aos ateísmos, agnosticismos e
anticristianismos (Op. cit. 139). Todas essas tendências se entrecruzam na
modernidade e acabam por configurar-se em inúmeras formas culturais, com
padrões e estilos expressivos próprios. Nesse contexto, o esoterismo determina
uma das vertentes mais importantes da religiosidade contemporânea, o misticismo
moderno.
A maior contribuição do esoterismo moderno, segundo
Carvalho, foi a busca de equivalências, de complementações e de sínteses (Op.
cit. 142). Ressurgido no século XIX e coetâneo da crise histórica e cultural,
identificada por Weber como "desencantamento do mundo", o movimento
esotérico, inicialmente restrito à elite intelectual européia, mais tarde,
através de várias mediações, termina por influenciar uma parcela bastante ampla
de indivíduos e recolocando questões relevantes sobre a religiosidade na era
moderna como um todo (Ibid.).
No século XIX essa crítica aparece claramente nas artes e
na filosofia ocidental que, à margem da Igreja, permite a recuperação da
tradição pagã, e na sua esteira toda uma dimensão esotérica do cristianismo,
reinterpretada pelos movimentos considerados heréticos e silenciados pelo
discurso cristão oficial - os templários, os maçons, os rosa-cruzes, os herméticos,
os gnósticos, os alquimistas etc. Tal como o movimento conhecido como a cabala
cristã do Renascimento, que se caracterizou como um espaço de grande invenção e
criatividade, essa nova tentativa de 'reencantar' o cristianismo, justamente em
plena época da declaração do mundo desencantado, teria provocado um certo grau
de fragmentação da tradição cristã (diferente em tudo, da Reforma protestante),
em conseqüência, algumas dos seus símbolos mais fortes foram reprocessados em
novos contextos, de modo a contribuir para o surgimento de novas sínteses
religiosas, cuja repercussão e significado histórico só agora começa ser
devidamente apreciada (Op. cit. 142).
Qual a importância do movimento esotérico? Pode-se dizer
que a maior contribuição dos movimentos esotéricos é a busca de equivalências,
de complementações, de sínteses (Op. cit. 142). Esse exercício de busca foi
intensificado ao máximo pela fundadora Sociedade Teosófica, Helena
Petrovna Blavatstsky, a qual encarnou literalmente a trajetória do
peregrino, tendo dado a volta ao mundo três vezes no século XIX, observando e
estudando e estudando as mais variadas tradições espirituais. Não é atoa, que
sua teosofia ocupa um lugar central no esoterismo moderno (Ibid.). O movimento
esotérico aparece como um dos fenômenos de maior significância sociológica da
atualidade. Seus efeitos 'devastadores' não se restringem aos estreitos limites
da individualidade. Espraiando-se muito além destes limites, objetivam-se numa
multiplicidade de formas e de movimentos sociais que, por seu caráter
abrangente e profundo, por onde passa, provoca as mais diversas reações e
efeitos.
Uma das conseqüências mais significativas para o
cristianismo da presença cada vez maior das tradições esotéricas e orientais no
Ocidente, é o deslocamento ou ampliação das imagens das personagens e
representações da tradição cristã, em favor das imagens e representações da
tradição oriental. À medida que crescem as propostas de diálogo
inter-religioso, as figuras de Jesus Cristo e a imagem do Deus cristão vão
adquirindo características opostas àquelas da tradição cristã. O Cristo, passa
a ser entendido como um princípio divino (como a natureza búdica, o Ishawara) e
Jesus, como a encarnação, um avatar, uma manifestação histórica da divindade,
equivalente a Budha Shakya Muni, a Krishna, a Zoroastro, a Maomé etc. (Op. cit.
144).
O deslocamento de imagens e representações aparece
claramente em nossa recente pesquisa sobre esoterismo no Brasil (SILVA, 2000).
Em comparação com pesquisa anterior sobre NMR de inspiração oriental (1988)
vários fatores evidenciam o deslocamento de imagens e representações, bem como,
uma significativa ampliação e diversificação do fenômeno esotérico. Em primeiro
lugar, observa-se maior penetração de idéias e crenças de caráter esotérico em
todas as categorias da amostra estudada. Isto é, a penetração da concepção
místico-esotérica de mundo, aparece, tanto entre cristãos, como entre adeptos
de outras religiões e entre os não religiosos. O fenômeno é evidente nas
respostas às questões referente às imagens de Deus em praticamente todos os
depoimentos. Em segundo lugar, observa-se significativa ampliação e
diversificação dos movimentos esotéricos. Comparando-se os dados da atual
pesquisa com pesquisa anterior, observamos o aumento do contingente dos sem
religião, a diminuição do percentual de católicos, o aumento no contingente de
adeptos de novas religiões brasileiras e estrangeiras nas classes médias, tais
como: Fé Baha'i, Messiânica, Hare Krishna e Santo Daime. Constatamos, ainda,
grande diversificação de opções religiosas resultantes da combinação de duas
religiões (espírita-daimista, católico-espírita, cristão-budista etc.) e o
aumento de cristianismos esotéricos e de criações e/ou combinações individuais
tais como: cristão-pagão, cristão, espiritualista, católico-espirutualista,
católico liberal, não definida etc.
Tudo parece indica, que estamos diante "da mudança
sem precendentes", à qual se referem Pace (1997) Campbell (1997) e Velho
(1997). Para esses estudiosos, o paradigma cultural da teodicéia que tem
sustentado a prática e o pensamento ocidental por cerca de dois mil anos,
estaria sofrendo um processo de substituição. O novo paradigma emergente é
aquele que tradicionalmente caracterizou o Oriente (CAMPBELL, 1997: 6). Quer
dizer, aquele que é predominante no Oriente, mas não do 'domínio do Oriente'.
Pois, o misticismo existia também na tradição "pagã" européia e no
judaísmo, antes da dominação cristã. Porém, após dois séculos e meio de intensa
perseguição, a tradição mística foi quase completamente dizimada. Seu retorno
se deu via Oriente, porque lá, a tardição mística estava preservada. Essa teria
sido a razão que levou os esotéricos ocidentais a tomar o Oriente como modelo.
Hoje, acompanhado a atual tendência à reflexividade e à globalização cultural,
essa tradição vai, pouco a pouco, retomando seu espaço, e na sua esteira, além
de incorporar a tradição mística universal à cultura ocidental moderna, retoma
também suas próprias raízes místicas, o "neo-paganismo" na Europa, os
diversos misticismos das tradições indígenas, africana e pré-colombiana, nas
Américas. Conforme observa Velho (1997) o esoterismo é um fenômeno digno de
atenção ainda devidamente apreciado.
As mudanças que têm-se dado ultimamente, não se restringem
à questões e grupos periféricos, como pareciam ser o caso dos "novos
movimentos religiosos". Dão-se no cerne mesmo do pensamento de grande
parte da população e portanto (suponho eu) inclusive entre os adeptos das
religiões ocidentais históricas, apesar da tendência genericamente observada
por Campbel para o seu declínio (VELHO, 1997: 24).
Em nosso estudo, a expansão do fenômeno fica por demais
evidenciada. Com relação ao declínio do religioso, por exemplo. Em comparação
com dados de pesquisa anterior, constatamos significativo aumento no percentual
dos sem religião. Em 1988 os sem religião representavam 29% da amostra, que era
composta apenas por adeptos e simpatizantes do misticismo. Na estudo atual
(00), os sem religião correspondem à 41,5% do total da amostra. 15% dos os
esotéricos declarados4 e chegam a 80%, entre os não esotéricos.
Esses dados estão bem acima da média nacional, que estava
em torno de 18,7% (obtida através respostas simuladas), na pesquisa Gallup
(1998). Mesmo levando-se em consideração a defasagem dos dados, é de se supor
que a média nacional não chegue, ainda a 25%. Em relação à fé em Deus,
entretanto, nossos dados coincidem. Eles são 98,5% na pesquisa nacional do
Gallup (1988) e 90,5% na nossa amostra.
Consoante Leandro P. Carneiro e Luiz Eduardo Soares, as
pesquisas no Brasil, assim como os meios utilizados, são inquestionavelmente
insuficientes. Em vista disso, na análise dos dados da pesquisa Gallup (1988) -
sobre o quadro religioso brasileiro - por eles utilizada, eles procuraram
indentificar as dimensões relativas dos dados, e não o significado aparente,
que segundo eles não é de todo representativo. Para eles, mais interessante do
que saber que 98,5% dos brasileiros acreditam em Deus, (ainda que fosse preciso
supor muitas distinções significativas sob este extensíssimo consenso aparente)
... é descobrir que 45.9% dos católicos praticantes (que pareciam constituir um
grupo confiável do ponto de vista da significação sociológica) declararam
acreditar na reencarnação - credo reconhecidamente não incluído na tradição
católica.
Eis ai um sinal perturbador do sincretismo; perturbador da
serenidade triunfante e fetichista dos quadros estatísticos de contornos
claramente bem desenhados (CARNEIRO, & SOARES, In BINGEMER, 1992: pp.13 e
40).
Além das já citadas, outras constatações da nossa pesquisa
reforçam a hipótese da crescente penetração das concepções esotéricas de
universo entre os brasileiros. Em nossa pesquisa (1986 - 88) 50% dos
entrevistados declararam haver buscado as tradições orientais por insatisfação
com materialismo reinante e a religião institucinalizada. No caso, em questão a
Católica. 67% do total era ou foi católico, 55% destes permanecia 'católico
orientalista' e 33% continuavam busca. Na atual pesquisa, entre os esotéricos
declarados, alguns são 'católicos liberais' e outros 'independentes' e o número
daqueles que confessam abertamente sua adesão às tradições esotéricas aumentou,
é de 38%, enquanto o número de 'católicos puros' diminuiu, representa apenas
20,2% do total da amostra. Entre estes, a idéia de auto-aperfeiçoamento - que é
um dos princípios por excelência de esoterismo - aparece em 20% da amostra. 50%
dos esotéricos declarados, afirma ter encontrado a verdade no misticismo. Em
nosso entender, o dado mais revelador da expansão das idéias esotéricas entre
brasileiros não adeptos, aparece nos depoimentos dos esotéricos não declarados.
55% destes, vêem o esoterismo como 'uma orientação prática para o
auto-aperfeiçoamento' e 45%, acham que 'o esoterismo pode servir de fundamento
para uma nova ordem moral'.
A opinião favorável a respeito do esoterismo, foi a razão
que nos levou a classificá-los nesta categoria. Essa constatação reforça,
também, nossa suposição de maior penetração das idéias esotéricas na população
em geral. As representações de Deus encontradas em nossa amostra evidenciam que
uma mudança de paradigma cultural parece, de fato, estar em curso. As
definições abstratas esotéricas de "princípio criador do universo",
"luz", "energia" e "amor", aparecem na maioria
dos depoimentos, tanto entre os religiosos como entre os não religiosos,
esotéricos e não esotéricos. Isso significa, em nosso entender, que as idéias
difundidas pelo esoterismo, hoje, tem um alcance que se estende para além dos
círculos esotéricos. Outros dados da pesquisa, reforçam a hipótese da crescente
penetração do esoterismo entre nós. Diríamos, até, que estamos diante de uma
nova tradição, e que o esoterismo no Brasil não é um modismo passageiro, sem
conseqüências e implicações culturais e sociais. 15% dos esotéricos
entrevistados tinham mais de trinta anos de prática e 17,6%, declaram praticar
o esoterismo por 'ter recebido educação familiar com orientações esotéricas'.
Observamos, também, aumento no contingente de adeptos de outras religiões
brasileiras e estrangeiras nas classes médias, como: Espírita, fé Baha'i,
Messiânica, Hare Krishna e Santo Daime. Além de enorme diversificação de opções
religiosas resultantes da combinação de duas religiões (espírita-daimista,
católico-espírita, cristão-budista etc.) Bem como de criações individuais
(cristão-pagão, cristão, espiritualista, católico-espirutualista, sem nome
etc.).
Devido a sua amplitude, abrangência e alto grau de
liberdade e autonomia, os movimentos esotéricos podem-se desdobrar quase que
infinitamente, numa miríade de formas e de movimentos, apresentando enorme
diversidade de orientações. De tal modo, que, embora inspirados na
religiosidade mística, assumem também formas não religiosas, entre outras; o
Movimento Holístico, o Círculo Esotérico para a Comunhão do Pensamento e a
Eubiose.
BIBLIOGRAFIA
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sobre uma nova teodicéia para um novo milênio. Religião & Sociedade. Vol.
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CARNEIRO, Leandro. e SOARES, Luiz Eduardo. Religiosidade,
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9- 58.
CARVALHO, José Jorge. Antropologia e Esoterismo: Dois contradiscursos
da modernidade. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre, ano 4, no 8 pp. 53-71,
junho de 1998.
____________________ Características do Fenômeno Religioso
na Sociedade Contemporânea. In Maria Clara L. Bingemer (Org.). O Impacto da
Modernidade sobre a Religião. São Paulo: Loyola, 1992, pp. 133-163.
VELHO, Otávio. O que a Religião pode fazer pelas Ciências
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CARVALHO, José Jorge. O Encontro de Velhas e Novas
Religiões: o esboço de uma teoria dos estilos de espiritualidade. In Alberto
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Petrópolis: Vozes, 1994, pp. 65-98.
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VELHO, Otávio. O que a Religião pode fazer pelas Ciências
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_____________ Ensaio Herético sobre a Atualidade da Gnose.
In otáviovelho@ax.apc.org
SILVA, Magnólia G. C. Recentes teodicéias inspiradas na
tradição oriental: conservadorismo e\ou mudança social. Dissertação de Mestrado
em Sociologia. UFPE, Recife: 1988. Publicado em forma de artigo na Revista de
Cultura Vozes Religião e Sociedade, Petrópolis, no 6 Ano 83, pp. 659-674,
nov\dez 1989.
__________________ Possíveis causas e conseqüências da
atração pelo misticismo oriental. Comunicação apresentada no Congresso
Internacional As novas Religiões - A Expansão dos Movimentos Religiosos e
Mágicos, Recife, Pernambuco, 18 de maio de 1994.
__________________ Visão mística e holistíca. Comunicação
apresentada no VII Encontro de Ciências Sociais do Norte\Nordeste, João Pessoa
26 de maio de 1995.(TRAUTWEIN, Breno. O Esoterismo Maçônico. In Folhas aos
Ventos Maçônicos. Vol. I Londrina: Editora Maçônica, 2000, p.155).
__________________ Seicho-no-iê: a promessa do paraíso
aqui e agora. Comunicação apresentada no VIII Encontro de Ciências Sociais do
Norte\Nordeste Modos de Pensar o Social, Espaço, Tempo e Imagem, Fortaleza,
Ceará, 13 de junho de 1997.
___________________ Esoterismo e Movimento Esotérico no
Brasil. Recife: Tese de doutorado apresentada no PPGS em Sociologia da UFPE,
2000.
NOTAS
1. (TRAUTWEIN, Breno. O Esoterismo Maçônico. In Folhas aos
Ventos Maçônicos. Vol. I Londrina: Editora Maçônica, 2000, p.155).
2. (CUVILLIER, A. Pequeno dicionário da
língua filosófica. Companhia Editora Nacional. São Paulo: 1961, 166).
3. O misticismo, enquanto sistema de crença
é universal. No Ocidente Medieval, foi duramente perseguido e praticamente
extinto. Na Idade Moderna, foi "redescoberto" via Oriente. Por essa
razão, o misticismo moderno é identificado com o Oriente e sinônimo de
esoterismo. Consoante Castellani (1998) a palavra misticismo, vem de mistério,
tem o significado de algo que se percebe profundamente, no íntimo, no âmago do
ser e, não pode ser revelado. Ou melhor, do qual não se pode falar. A palavra
tem origem no grego myo, que significa literalmente "fechar a boca"
(CASTELLANI, José. Misticismo e esoterismo. In Minerva Maçônica. Ano II - no. 5
nov./dez. 1998 - jan. 1999, 24). Freqüentemente, empregam-se os termos misticismo,
esoterismo e ocultismo como sinônimos. Olindina Puglise, em Misticismo - A
busca da verdade (1993) emprega a palavra ocultismo como sinônimo de
misticismo. Para ela, ocultismo é o estudo das leis que estão ocultas na
natureza; portanto, não visíveis (PUGLISE, Olindina. Misticismo - A busca da
verdade. In O Teosofista. Ano 82 jan./mar. 1993 - 21). Para Henricus Cornelius
Agrippa, Occulta Philosophia (1533) o termo ocultismo designa um conjunto de
pesquisas e práticas relativas à astrologia, à magia, à alquimia e à cabala.
Segundo Faivre (1994) o termo ocultismo tem sido empregado em duas acepções. A
primeira, refere-se a qualquer prática relativa às acima mencionadas
"ciências ocultas" e a segunda, como denominação de uma corrente de
pensamento surgida na segunda metade do século XIX na Europa, com Eliphas Lévi
e cujo apogeu se situa na virada do século (FAIVRE, Antoine. O Esoterismo. São
Paulo: Papirus, 1994, 30). Se misticismo é a experiência com os mistérios
ocultos da natureza e o esoterismo é o "modo de pensamento" (Faivre,
1994) que informa sobre esses mistérios, ocultismo e misticismo designam o
conjunto de práticas ou formas de ação, cuja legitimidade lhes é proporcionada
pelo esoterismo. Daí, os termos esoterismo, misticismo e ocultismo serem
empregadosindistintamente como sinônimos entre si. Enquanto os especialistas
fazem questão de evidenciar as diferenças, porém, o emprego generalizado,
consagra-os como sinônimos. Desse modo, tanto na linguagem ordinária como nas
ciências sociais em geral, estes termos têm sido empregados indistintamente
como sinônimos. Isto também é verdadeiro para a maioria dos estudos
sociológicos aqui discutidos.
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